Fundos de Investimento – Como funcionam?

Você sabia que pode começar a investir com apenas 1 real? E o melhor, um gestor profissional vai cuidar do dinheiro para você. Conheça os Fundos de Investimento.

  1. O que é um Fundo de Investimento?
  2. Como os Fundos de Investimento funcionam?
  3. Fundo Aberto ou Fundo Fechado?
  4. Tipos de Fundos de Investimento
  5. Taxas dos Fundos de Investimento
  6. Vantagens dos Fundos de Investimento
  7. Desvantagens dos Fundos de Investimento
  8. Como escolher um Fundo de Investimento?

O que é um Fundo de Investimento?

Um Fundo de Investimento é um tipo de veículo financeiro constituído de um ou vários ativos. O processo básico de seu funcionamento é coletar o dinheiro de investidores para investir em ativos como ações, títulos de Renda Fixa, moedas, entre outros.

Os Fundos são operados por gestores profissionais, que realizam os investimentos por você e buscam as melhores oportunidades de gerar rentabilidade. Cada Fundo possui sua própria política de investimento, logo, sua carteira é estruturada e mantida para corresponder aos objetivos de investimento declarados no seu regulamento.

Como os Fundos de Investimento funcionam?

São várias as características de um Fundo de Investimento e é importante que o investidor entenda bem onde está aplicando o seu dinheiro. Confira mais sobre o funcionamento e particularidades dos Fundos abaixo:

O que são cotas?

Para entender os Fundos é necessário saber o que são cotas. As cotas são frações do valor do patrimônio do Fundo. Por exemplo, o valor das cotas de um Fundo que possui um patrimônio líquido de R$1.000.000 e 100.000 cotas, pode ser calculado da seguinte forma: R$1.000.000 / 100.000 (Patrimônio líquido / número de cotas). Logo, o valor de cada cota é R$10. Portanto, ao investir R$1000 nesse Fundo você estaria adquirindo 100 cotas. 

Importância da diversificação

Os Fundos de Investimento podem deter mais de cem ativos diferentes, o que significa que os cotistas dos Fundos ganham uma diversificação importante a um preço baixo.

Mas por que diversificar é importante? Considere um investidor que comprou apenas ações da Petrobras (PETR3) logo antes de uma queda de preço do  petróleo. Ele pode perder muito dinheiro porque todos os seus investimentos estão vinculados a uma única empresa. Por outro lado, um outro investidor comprou cotas de um Fundo que possuía algumas ações PETR3 dentro do seu portfólio. Quando o preço do petróleo caiu, o segundo investidor perdeu bem menos dinheiro porque PETR3 é apenas uma pequena parte da carteira do Fundo.

Fundos possuem CNPJ

Um Fundo é uma forma de investimento, mas também é algo que chamamos de “condomínio de recursos” — semelhante a uma empresa. Essa natureza dupla pode parecer estranha, mas não é diferente de uma ação PETR3 que é uma representação da Petrobras. Quando um investidor compra ações da Petrobras, ele está comprando parte da empresa e de seus ativos. Da mesma forma, um investidor de Fundo está comprando parte do Fundo e de seus ativos. 

Como ganhar dinheiro com Fundos?

Os investidores normalmente obtêm retorno de um Fundo de Investimento de duas maneiras:

Dividendos de ações ou juros de Títulos de Renda Fixa. Um Fundo recebe dividendos das ações que ele comprou e juros dos títulos de renda fixa, então ao invés de você receber direto na sua conta, o valor será creditado para o Fundo.  

Valorização dos ativos. Se o preço dos ativos que compõem o Fundo valorizar, o valor das cotas desse Fundo também irá aumentar. Dessa forma,  você pode vender suas cotas para obter lucro.

Estrutura

Para oferecer uma boa experiência para o investidor, os Fundos possuem uma estrutura robusta feita para evitar conflitos de interesses e manter a segurança e qualidade do serviço oferecido. 

Veja mais a seguir para entender como seu dinheiro será investido: 

Gestor

O gestor é responsável por implementar a estratégia de investimento de um Fundo e gerenciar as atividades de negociação de sua carteira. Além disso, ele é legalmente obrigado a trabalhar no melhor interesse dos cotistas dos Fundos de Investimento. 

O principal benefício de investir em um Fundo é confiar na gestão de investimento dos profissionais. É por isso que os gestores de Fundos desempenham um papel importantíssimo no mundo financeiro. Eles proporcionam tranquilidade aos investidores, uma vez que o dinheiro está nas mãos de um especialista.

Embora o desempenho de um Fundo possa ter muito a ver com as tendências de mercado, as habilidades do gestor também são um fator relevante. Um gestor altamente qualificado pode levar seu Fundo a superar seus concorrentes e seus benchmarks (em português, ‘índices de referência’). 

Os gestores de Fundos geralmente são responsáveis ​​por gerenciar uma equipe de analistas de investimentos que o ajuda na geração de ideias e debates. Isso significa que o gestor deve ter excelentes habilidades em negócios, matemática e pessoas.

As principais funções dos gestores:

  • Tomar decisões importantes e consistentes com os objetivos do Fundo;
  • Reuniões com a equipe, bem como com os clientes existentes e potenciais;
  • Pesquisas sobre empresas, setores financeiros e economia;
  • Manter-se atualizado sobre as tendências e acontecimentos do setor e do cenário macroeconômico global.

Administrador

O administrador é responsável por vários serviços relacionados ao funcionamento e à manutenção do Fundo, como:

  • Administra os parâmetros do fundo;
  • Elaborar e divulgar as informações periódicas e eventuais;
  • Tesouraria;
  • Escrituração e distribuição das cotas;
  • Custódia dos ativos; 
  • Atendimento ao cotista;
  • Classificação de risco. 

Terceiros podem realizar esses serviços, mas sempre com a fiscalização do administrador.

O administrador também é quem contrata o auditor independente que será explicado a seguir.

Auditor Independente

É a empresa escolhida pelo administrador para fiscalizar as contas e operações dos Fundos. O auditor independente é essencial para avaliar a contabilidade do Fundo e garantir que tudo está funcionando corretamente.

Exemplos de empresas de auditoria:

  • KPMG
  • PwC
  • EY
  • Deloitte

Custodiante

O custodiante é o responsável pela segurança dos ativos. Portanto, os Fundos de Investimento costumam usar custodiantes para salvaguardar os ativos que gerenciam para seus clientes.

A maioria dos custodiantes oferece serviços relacionados, como administração de contas, liquidação de transações, cobrança de dividendos e pagamentos de juros, apoio tributário e gestão de câmbio. As taxas cobradas pelos custodiantes variam de acordo com os serviços que o cliente necessita. 

Alguns dos custodiantes mais importantes do mercado: 

  • Bradesco;
  • Itaú;
  • Banco do Brasil;
  • Citibank;
  • BTG Pactual.

Distribuidor

Os distribuidores geralmente têm equipes de vendas abrangentes para distribuir os Fundos da gestora de investimentos. Os distribuidores também possuem uma ampla rede de vendas e experiência na distribuição.

O distribuidor geralmente recebe comissões para a venda de Fundos por meio da Taxa de Rebate, uma parte das taxas administrativas e de performance associadas ao Fundo.

Assembleia Geral dos Cotistas

De acordo com a CVM (Comissão de Valores mobiliários), a Assembleia Geral dos Cotistas deve deliberar sobre:

  • Alteração na política de investimento do Fundo;
  • Demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;
  • Alteração do Regulamento do Fundo;
  • Substituição do Administrador, do Gestor ou do Custodiante;
  • Transformação, fusão, incorporação, cisão ou eventual liquidação do Fundo; 
  • Aumento ou alteração da forma de cálculo das taxas de administração e, caso existam, das taxas de performance, de entrada e de saída.

Pelo menos uma Assembleia Geral deve ser convocada no ano para analisar as demonstrações contábeis do fundo. No entanto, o gestor, o administrador, o custodiante ou o cotista — ou grupo de cotistas — que detenha, no mínimo, 5% do total de cotas emitidas, poderão convocar Assembleias para deliberar sobre o assunto pertinente à ocasião.

Todos os cotistas podem opinar na Assembleia Geral de Cotistas, sendo que cada cota representa um voto.

Fundo Aberto ou Fundo Fechado?

Os Fundos Abertos e Fechados têm características básicas em comum. Ambos são Fundos geridos profissionalmente que alcançam a diversificação investindo em uma coleção de ações ou outros ativos financeiros. Mas, alguns aspectos diferenciam eles.

Fundos Fechados só aceitam aplicações no “período de captação”, ou seja, não é possível investir a qualquer momento. Já nos Fundos Abertos é possível realizar aplicações sempre que desejar. 

E com relação aos resgates, também há uma limitação nos Fundos Fechados, que só permitem resgatar no encerramento do fundo, e isso pode demorar anos para ocorrer. Antes disso só é possível vender as cotas para outros investidores nos mercados organizados de bolsa ou balcão. E, novamente, para Fundos Abertos não há nenhuma restrição para resgates. 

Uma outra diferença importante — que beneficia os Fundos Fechados — é na tributação, já que eles não possuem imposto de renda na modalidade come-cotas. Esse é um dos principais motivos para que esse tipo de fundo seja utilizado por investidores com alto patrimônio.

Tipos de Fundos de Investimento

Os Fundos de Investimento são classificados em várias categorias, representando os ativos principais em suas carteiras e o tipo de retorno que buscam. Existe um fundo para quase todo perfil de investidor ou abordagem de investimento. Alguns tipos comuns de Fundos incluem Fundos de Ações, Fundos Imobiliários, Fundos Multimercados e até mesmo Fundos de Fundos.

Conheça um pouco mais sobre cada um deles: 

Fundo de Ações

Um Fundo de Investimento em Ações (FIA) investe amplamente em ações de várias empresas para gerar retornos — no mínimo 67% do patrimônio do Fundo deve ser investido em ações negociadas em mercado de bolsa ou balcão organizado. 

Os investimentos em fundos de ações estão associados a um risco mais elevado em comparação com outros tipos de Fundos. Além disso, os fundos de ações não possuem sempre o mesmo risco. Existem diversos fundos de ações classificados de acordo com seus objetivos de investimento que precisam ser mapeados de acordo com seu perfil de risco.

Sua decisão de investir deve estar sempre em sincronia com seu horizonte de investimento, perfil de risco e outros objetivos. Portanto, o mesmo deve acontecer com os investimentos em Fundos de Ações. Apenas se você tiver uma meta de longo prazo é aconselhável investir em um Fundo de Ações, uma vez que as oscilações de mercado podem afetar fortemente o seu patrimônio a curto prazo. Mas, em um cenário de juros baixos e a longo prazo, o retorno de Fundos de Ações costuma ser maior.

Fundo Imobiliário

Fundos Imobiliários (FIIs) são uma ótima opção para quem busca ter uma alternativa ao recebimento de aluguéis, já que esse tipo de investimento fornece proventos mensais aos investidores. Os FIIs são obrigados a distribuir no mínimo 95% de seu lucro aos cotistas. 

Diferente de outros fundos, você pode investir neles por meio do Home Broker da sua corretora como se você estivesse comprando uma ação. 

Fundos Alternativos

Não são só FIIs que investem em imóveis, também existem os Fundos Alternativos. 

Os Fundos Alternativos ou Estruturados são destinados apenas para investidores qualificados e investem em títulos não tradicionais, como imóveis, private equity e direitos creditórios. Esses fundos geralmente não são apropriados para a maioria dos investidores, mas podem ser usados como ferramentas de diversificação, se usados de maneira adequada.

Os Fundos Alternativos podem ser uma maneira inteligente de obter acesso a títulos de investimento não tradicionais. Todavia, antes de investir neles, você deve fazer uma pesquisa extensa para determinar se esse tipo de investimento é adequado para o seu perfil.

Fundo Multimercado

O Fundo Multimercado (FIM) oferece aos investidores um portfólio diversificado. O termo “Multimercado” indica que a estratégia do Fundo inclui o investimento em várias classes de ativos — como renda fixa, câmbio, ações e derivativos. 

Fundo de Renda Fixa

Um Fundo de Renda Fixa (FIRF) pode se especializar em uma determinada categoria de títulos ou combinar vários títulos em sua carteira — desde que aplique no mínimo 80% em Títulos de Renda Fixa. O benefício dos Fundos de Renda Fixa em relação ao investimento direto reside na sua ampla diversificação. 

Exchange-traded Funds (ETF)

Um ETF ou Exchange-traded Fund (em português, ‘Fundo negociado em bolsa’) é um tipo de ativo que rastreia um índice, setor, commodity ou outro ativo, mas que pode ser comprado ou vendido em uma bolsa de valores da mesma forma que uma ação normal. Um ETF pode ser estruturado para rastrear qualquer coisa, desde o preço de uma mercadoria individual até uma coleção grande e diversificada de ativos. Os ETFs podem até ser estruturados para rastrear estratégias de investimento específicas.

Um exemplo bem conhecido é o Ishares Ibovespa (BOVA11), que acompanha o principal índice de ações do Brasil. Os ETFs podem conter muitos tipos de investimentos, incluindo ações, commodities, Títulos de Renda Fixa, criptomoedas ou uma mistura de tipos de investimento. Um ETF é um título negociável, o que significa que tem um preço associado que permite que seja facilmente comprado e vendido por meio do Home Broker da corretora.

Fundo de Previdência

Fundos de Previdência (VGBL e PGBL) possuem alguns benefícios fiscais para os investidores. O PGBL, por exemplo, pode ajudar a abater até 12% da base de cálculo da renda bruta anual no imposto de renda. Além disso, a longo prazo os impostos incidentes nos Fundos de Previdência podem ser menores do que nos Fundos de Investimento tradicionais.

Fundos de Fundos

Um Fundo de Fundos (FoF, sigla proveniente do inglês “Fund of Funds”) é um fundo de investimento que investe em outros tipos de fundos. Em outras palavras, sua carteira tem vários fundos diferentes.

Taxas dos Fundos de Investimento

Alguns tipos de taxas são envolvidas ao investir em um Fundo, dividimos elas em 2 categorias:

  • Taxas operacionais:
    • Taxa de administração;
    • Taxa de performance.
  • Impostos:
    • Imposto de Renda sobre o rendimento;
    • IOF;
    • Come-cotas.

O que é Taxa de Administração?

A taxa de administração é o custo de ter seus ativos gerenciados profissionalmente. A taxa tem como objetivo remunerar os gestores pelo tempo dedicado e expertise na seleção de ativos e gestão da carteira. As estruturas da taxa de administração variam de fundo para fundo, mas normalmente se baseiam em uma porcentagem dos ativos geridos. 

Por exemplo, a taxa de administração de um Fundo de Ações pode ser declarada como 2% ao ano dos ativos administrados. Isso significa que se você tem, em média, 10.000 reais ao longo do ano, então serão descontados 200 reais de seu patrimônio. 

É importante entender também que, por mais que a taxa de administração seja declarada como um valor anual, ela é descontada diariamente de forma automática. 

As taxas de administração podem ser tão baixas quanto 0,10% ou mais do que 4% ao ano. Essa disparidade nas taxas cobradas é geralmente atribuída ao método de investimento usado pelo gestor do fundo e pela estrutura de custo da gestora. 

Por exemplo, um Fundo de Ações agressivo que muda sua carteira várias vezes ao ano, em busca de oportunidades de lucro, custa muito mais para administrar do que um fundo administrado de forma mais passiva, como um fundo de índice que fica em uma cesta de ações sem muita negociação. 

O que é Taxa de Performance?

A justificativa básica para as taxas de performance é que elas alinham os interesses dos gestores de fundos e de seus investidores, uma vez que são um incentivo para que os gestores de fundos gerem retornos positivos. 

Para entender melhor o funcionamento da taxa de performance é necessário aprender o que é um benchmark. Benchmarks (em português, ‘índices de referência’) são índices criados para incluir vários ativos que representam algum aspecto do mercado total. Os índices de referência, ou índices de benchmark, foram criados em todos os tipos de classes de ativos. No mercado de ações, o Ibovespa e o IBrX 50 são dois dos mais populares benchmarks de ações. No mercado de Fundos Multimercados e de Renda Fixa, o CDI é um dos benchmarks mais populares do Brasil.

A taxa de performance é, geralmente, cobrada a cada 6 meses ou quando o investidor faz um resgate. No entanto, a taxa incide apenas no rendimento acima do benchmark, logo, se a rentabilidade do Fundo ficar abaixo do benchmark, a taxa de performance não é cobrada.

Veja um exemplo na tabela abaixo:

Cálculo da Taxa de Performance
Tipo de Fundo Ações
BenchmarkIbovespa
Tx. de Performance20% do que exceder o Ibovespa
Rentabilidade do Fundo no semestre16%
Rentabilidade do benchmark no semestre14%
Rentabilidade acima do benchmark 2%
Tx. Performance no semestre0,4% (2% x 20%)

Imposto de Renda para Fundos de Investimento

Fundos de Investimento possuem alguns impostos que devem ser pagos sobre os ganhos realizados pelo investidor. Sempre que você lucrar com a venda de cotas poderá estar sujeito ao imposto sobre ganhos de capital. 

No que se refere à tributação, existem 4 tipos de Fundos:

  • Fundos de Curto Prazo: ativos que, em média, tenham vencimento em menos do que 365 dias;
  • Fundos de Longo Prazo: ativos que, em média, tenham vencimento em mais do que 365 dias;
  • Fundos de Ações;
  • Fundos Imobiliários;
  • ETFs.

Os Fundos de Curto e Longo Prazo são tributados de acordo com a Tabela Regressiva de Imposto de Renda. Portanto, quanto mais tempo você deixar o seu investimento rendendo, menos imposto será pago. Além disso, você não precisa se preocupar em pagar algo a mais no seu Imposto de Renda Anual, pois o imposto sobre Fundos é retido na fonte e recolhido pelo administrador. Segue abaixo as alíquotas da Tabela Regressiva:

Fundos de Curto Prazo

Prazo do InvestimentoAlíquota
Até 180 dias22,5%
Acima de 180 dias20%

Fundos de Longo Prazo

Prazo do InvestimentoAlíquota
Até 180 dias22,5%
Entre 181 e 36020%
Entre 361 e 72017,5%
Acima de 72015%

Para a cobrança da alíquota de Imposto de Renda, um recurso chamado come-cotas é utilizado. Assim como na taxa de performance, o Imposto de Renda dos Fundos é cobrado semestralmente por meio do come-cotas — no último dia útil dos meses de maio e novembro. O imposto é calculado pelo administrador, retido na fonte e a cobrança é feita com o recolhimento de cotas do fundo — daí vem o nome “come-cotas”.

O cálculo do come-cotas feito pelo administrador considera a menor alíquota da Tabela Regressiva, ou seja, 20% para Fundos de Curto Prazo e 15% para Fundos de Longo Prazo. Portanto, se você quiser resgatar em um período menor do que 180 dias para Fundos de Curto Prazo ou 720 dias para Fundos de Longo Prazo, a diferença entre as alíquotas deverá ser acertada pelo administrador.

Para Fundos de Ações a alíquota de IR é fixa em 15% sobre o rendimento e não existe incidência de come-cotas. 

Em FIIs e ETFs é necessário pagar um documento de recolhimento de tributos à Receita Federal — chamado DARF. As tributações são de 20% e 15% sobre o lucro, respectivamente.

A incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) só ocorre em resgates feitos em períodos menores do que 30 dias a partir da aplicação. A alíquota pode variar de 96% a 0% do lucro obtido, dependendo do tempo que o dinheiro ficou aplicado.

Vantagens dos Fundos de Investimento

Há vários motivos pelos quais os Fundos de Investimento têm sido o veículo preferido dos investidores mundo afora por décadas. Por mais que aqui no Brasil não haja uma cultura de investir em Fundos, eles são considerados um dos melhores investimentos pelos especialistas — veja abaixo os motivos: 

Diversificação

A diversificação para reduzir o risco é uma das vantagens de investir em Fundos de Investimento. Os especialistas defendem a diversificação como forma de aumentar os retornos de uma carteira, ao mesmo tempo que reduz seu risco. 

Comprar ações de empresas do setor bancário e compensá-las com ações do setor farmacêutico, por exemplo, oferece alguma diversificação. No entanto, uma carteira verdadeiramente diversificada tem ativos com diferentes capitalizações, setores, países e vencimentos. 

Investir em um Fundo pode facilitar a diversificação de forma mais barata e rápida do que comprando ativos individuais. Grandes Fundos de Investimento normalmente possuem dezenas de ativos em muitos setores diferentes. Portanto, não seria prático para um investidor construir esse tipo de carteira com uma pequena quantia de dinheiro.

Fácil acesso

Negociados nos principais bancos e corretoras, os Fundos de Investimento podem ser comprados e vendidos com relativa facilidade. Além disso, quando se trata de certos tipos de ativos, como commodities exóticas ou startups, os Fundos costumam ser a maneira mais viável – na verdade, às vezes a única – para os investidores pessoa física investirem.

Gestão Profissional

A principal vantagem dos Fundos de Investimento para a pessoa física é não ter que escolher ações e gerenciar investimentos. Em vez disso, um gestor de investimento profissional cuida de tudo isso fazendo uma pesquisa cuidadosa por você. 

Os investidores compram Fundos porque muitas vezes não têm tempo ou experiência para administrar suas próprias carteiras, ou não têm acesso ao mesmo tipo de informação que um fundo profissional possui. Um Fundo de Investimento é uma maneira relativamente barata de um pequeno investidor conseguir que um gestor em tempo integral faça e monitore os investimentos. 

Os Fundos, atualmente, exigem mínimos de investimento mais baixos. Logo, fornecem uma maneira de baixo custo para os investidores pessoa física se beneficiarem da gestão profissional de patrimônio.

Variedade

Os investidores têm a liberdade de pesquisar e selecionar gestores com uma variedade de estilos e metas de gestão. Por exemplo, um gestor de fundos pode se concentrar em investimentos em ações de tecnologia, investimento em ações de dividendos, mercados desenvolvidos, mercados emergentes, estratégias quantitativas, entre muitos outros estilos. 

Um gestor também pode supervisionar Fundos que empregam vários estilos diferentes. Essa variedade permite que os investidores ganhem exposição não apenas a ações e títulos de Renda Fixa, mas também a commodities, ativos estrangeiros, derivativos e imóveis por meio de Fundos de Investimento especializados. Alguns Fundos são até mesmo estruturados para lucrar com a queda do mercado. Ou seja, os Fundos oferecem oportunidades de investimento estrangeiro e nacional que, de outra forma, não seriam diretamente acessíveis aos investidores comuns.

Transparência

Os Fundos de Investimento estão sujeitos à regulamentação da indústria que garante responsabilidade e segurança aos investidores.

Desvantagens dos Fundos de Investimento

Diversificação, gestão profissional e transparência tornam os Fundos opções atraentes para investidores novatos e outros investidores que não desejam administrar ativamente seu dinheiro. No entanto, nenhum ativo é perfeito e os Fundos também têm desvantagens.

Risco

Como muitos outros investimentos sem retorno garantido, sempre existe a possibilidade de que o valor do seu patrimônio diminua se a performance do Fundo for ruim. Os Fundos de Ações, por exemplo, experimentam flutuações de preço, junto com as ações que compõem o fundo.

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) não assegura investimentos em Fundos e não há garantia de desempenho com nenhum fundo. Claro, quase todo investimento traz riscos. E, é especialmente importante para os investidores em Fundos de Renda Fixa saberem que, ao contrário de suas contrapartes bancárias — como CBDs — os Fundos não serão assegurados pelo FGC.

Alto caixa

Os Fundos de Investimento reúnem dinheiro de milhares de investidores, portanto, todos os dias, as pessoas estão colocando ou resgatando dinheiro do Fundo. Para manter a capacidade de acomodar resgates, os fundos normalmente precisam manter uma grande parte de suas carteiras em dinheiro — também chamado de caixa. Ter bastante caixa é excelente para a liquidez, mas o dinheiro que está parado como caixa e que não está rentabilizando não é muito vantajoso para você. 

Os Fundos exigem que uma parte significativa de suas carteiras seja mantida em dinheiro, a fim de satisfazer os resgates dos cotistas a cada dia. Para manter a liquidez e a capacidade de acomodar retiradas, os fundos normalmente precisam manter uma porção maior de sua carteira em dinheiro do que um investidor típico. Como o dinheiro em caixa não dá retorno, isso costuma ser chamado de “cash drag” (em português, ‘arrastar dinheiro’). Por isso, muitas vezes os fundos possuem um prazo de resgate do recurso, pois assim o gestor consegue se organizar e evita deixar muito dinheiro em caixa. 

Taxas

Os Fundos de Investimento oferecem aos investidores uma gestão profissional, mas isso tem um custo – as taxas operacionais mencionadas anteriormente. Essas taxas reduzem a rentabilidade geral do fundo. Então, como você pode imaginar, nos anos em que o fundo não ganha dinheiro, essas taxas apenas aumentam as perdas. 

Criar, distribuir e administrar um Fundo é uma tarefa cara. Tudo, desde o salário do gestor e sua equipe até o cálculo de come-cotas semestral, custa dinheiro. Essas despesas são repassadas aos investidores. Uma vez que as taxas variam amplamente de fundo para fundo, deixar de prestar atenção às taxas pode ter consequências negativas a longo prazo. 

Os fundos gerenciados ativamente incorrem em custos de transação que se acumulam ao longo de cada ano. Lembre-se de que cada real gasto em taxas é um real que não é investido para crescer com o tempo.

Gestão ativa

Muitos investidores debatem se os profissionais são ou não melhores na escolha de ativos. A gestão não é de forma alguma infalível e, mesmo que o fundo perca dinheiro, o gestor ainda é pago. 

Em média, os fundos gerenciados ativamente ao longo de vários períodos de tempo não conseguiram superar seus benchmarks, especialmente após a contabilização de impostos e taxas. Portanto, é importantíssimo saber escolher um gestor qualificado que consiga superar seu benchmark.

Prazo de cotização

Um Fundo de Investimento permite que você solicite que seus ativos sejam convertidos em dinheiro a qualquer momento. No entanto, ao aplicar e resgatar um Fundo você se deparará com o “prazo de cotização”. 

“Prazo de cotização” é o tempo necessário para converter cotas em dinheiro ou vice-versa. Para entender melhor, veja alguns exemplos a seguir:

Exemplo 1
Prazo de cotização (Aplicação)D+0 (Mesmo dia)
Prazo de cotização (Resgate)D+30 (Dias corridos)
Prazo de pagamento (Resgate)D+1 (Dia útil)

Aplicação: o seu dinheiro é convertido em uma cota (cotização) no mesmo dia.

Resgate: a sua cota é convertida em dinheiro (cotização) após 30 dias corridos e você recebe o dinheiro no 1º dia útil após a cotização.

Exemplo 2
Prazo de cotização (Aplicação)D+1 (Dia útil)
Prazo de cotização (Resgate)D+45 (Dias corridos)
Prazo de pagamento (Resgate)D+2 (Dias úteis)

Aplicação: o seu dinheiro é convertido em uma cota (cotização) no 1º dia útil após o pedido de aplicação.

Resgate: a sua cota é convertida em dinheiro (cotização) após 45 dias corridos e você recebe o dinheiro no 2º dia útil após a cotização.

O tempo necessário para resgatar um Fundo de Investimento costuma ser muito maior do que o de outros ativos. 

Prós 

  • Diversificação
  • Fácil acesso
  • Gestão profissional
  • Variedade de fundos
  • Transparência

Contras

  • Taxas
  • Maior presença de caixa
  • Sem cobertura do FGC
  • Prazo para resgatar

Como escolher um Fundo de Investimento

Um Fundo de Investimento é um tipo de ativo em que o dinheiro de muitos investidores é agrupado e administrado por um gestor. Existem muitos tipos diferentes de Fundos disponíveis. Para alguns investidores, esse vasto universo de Fundos disponíveis pode parecer desafiador. Portanto, veja a seguir como escolher um Fundo que atenda suas necessidades da melhor forma possível. 

Fundo de Investimento vale a pena ?

Primeiro de tudo, para escolher um Fundo, é importante entender se esse investimento vale a pena para você. 

Muitos investidores decidem tomar decisões de investimento por conta própria. Mas, para isso, é preciso muitas horas de estudo e bastante tempo disponível. Será que você deveria dedicar horas da sua vida para poder investir?

Outros questionamentos para decidir se os Fundos de Investimento são boas opções para você:  

  • Você iria ao médico se ficasse doente? 
  • Contrataria um advogado para te defender no tribunal?  
  • Chamaria um empreiteiro para reformar sua casa?

A mesma lógica das respostas anteriores deveria ser levada em conta com seus investimentos.

Considere seus objetivos de investimento e tolerância ao risco

Antes de investir em qualquer fundo, você deve primeiro identificar seus objetivos para o investimento. Seu objetivo é obter ganhos de capital a longo prazo ou a curto prazo? O dinheiro será usado para pagar despesas com a faculdade ou para financiar uma aposentadoria daqui algumas décadas? Identificar uma meta é uma etapa essencial para reduzir o universo de Fundos de Investimento disponíveis para você.

Você também deve considerar a tolerância ao risco pessoal. Você pode aceitar oscilações drásticas no valor do seu patrimônio? Ou um investimento mais conservador te atenderia melhor? Em um cenário ideal, risco e retorno são diretamente proporcionais, logo, você deve equilibrar seu desejo de retorno com sua capacidade de tolerar riscos.

Conheça o estilo de gestão do fundo

O principal objetivo dos Fundos de Ações — e alguns Multimercados que foquem em ações e derivativos — é a valorização do capital. Se você planeja investir para atender a uma necessidade de longo prazo e pode lidar com uma quantidade razoável de risco, um Fundo que busque valorização de capital a longo prazo pode ser uma boa escolha. Esses fundos normalmente detêm uma alta porcentagem de seus ativos em ações e derivativos, portanto, são considerados de natureza arriscada. Dado o maior nível de risco, eles oferecem o potencial para maiores retornos ao longo do tempo. O prazo recomendado para manter esse tipo de Fundo é de 5-10 anos. 

Quer uma opção mais conservadora? Fundos de Renda Fixa — e alguns Multimercados que foquem em Renda Fixa —  são uma opção. 

Os Fundos de Investimento geralmente não distribuem proventos. Se você precisa de renda passiva para sua carteira, um Fundo Imobiliário pode ser uma escolha melhor. Esses Fundos costumam ter significativamente menos volatilidade do que Fundos focados em ações.

Pode ser interessante ter várias opções de Fundos a fim de diversificar seus investimentos. 

Fuja das taxas altas

É importante estar ciente das taxas porque elas podem impactar muito o retorno do seu investimento. Como você viu em “Taxas dos Fundos de Investimento”, existem 2 taxas que você deveria se atentar ao escolher um Fundo:

  • Taxa de Administração;
  • Taxa de Performance.

É muito comum que Fundos utilizem 2% de taxa de administração e 20% de taxa de performance. Mas, com o aumento da competitividade, a tendência é que as taxas comecem a diminuir. O importante é se atentar ao seguinte:

  • Quanto mais eu pagar, melhor será a gestão dos meus investimentos?

Pense assim, existem óculos de sol que custam 100 reais e outros que custam 500 reais. Qual é melhor? Tudo depende do benefício que cada um vai te dar. 

Se o mais barato é um óculos feio com uma qualidade duvidosa. E, o mais caro é um óculos lindo com lentes antirreflexo e proteção UV, talvez o segundo te traga um benefício maior e valha o preço. 

Mas, e se ambos forem igualmente bonitos e tiverem as mesmas lentes? Provavelmente vale mais a pena comprar a opção mais barata.

A mesma ideia se aplica a Fundos de Investimento. 

Cuidado com o referencial

Ainda com relação às taxas, quando falamos em taxa de performance, algo muito importante é o benchmark adotado pelo Fundo.

Vamos comparar 2 Fundos quase iguais, que possuem a mesma política de investimento e 20% de taxa de performance. Mas, um deles tem como benchmark o CDI (Fundo A) e o outro o Ibovespa (Fundo B). 

Cenário 1
Rentabilidade Fundo A 20%
Rentabilidade Fundo B20%
CDI2,5%
Ibovespa18%

No cenário 1, você teria uma rentabilidade melhor no Fundo B.

Cenário 2
Rentabilidade Fundo A 20%
Rentabilidade Fundo B20%
CDI18%
Ibovespa15%

No cenário 2, você teria uma rentabilidade melhor no Fundo A.

Portanto, se você acredita que o Ibovespa terá uma rentabilidade maior do que o CDI, é mais interessante escolher o Ibovespa como benchmark. Caso contrário, é melhor escolher o CDI

Você conseguirá resgatar facilmente?

Como você pode ver na seção “Prazo de Cotização”, muitos Fundos de Investimento possuem prazos de cotização de 30 dias ou até mais. 

Se sua ideia é ter apenas uma reserva de emergência, procure fundos com liquidez imediata — como Fundos DI. 

Se você está programando uma viagem para daqui um ano, leve em consideração o prazo de cotização na sua programação.

Agora, se a intenção é investir pensando a longo prazo, o prazo de cotização deve ser menos importante para você.

Você tem o dinheiro da aplicação mínima?

Lembre-se de sempre olhar a aplicação mínima do Fundo. Não adianta você encontrar um Fundo que encaixe perfeitamente para você (ou quase), mas que você não possa investir porque ele tem uma aplicação mínima muito alta ou porque ele é apenas para investidores qualificados/profissionais. Uma boa forma de escapar disso, é procurar um FoF que possua o Fundo desejado, e que tenha uma aplicação mínima menor. 

Faça sua pesquisa e avalie o Fundo

É importante fazer sua pesquisa antes de investir seu dinheiro suado em um Fundo de Investimento. Além de determinar se um Fundo está alinhado com suas metas de investimento, você também deve avaliar a qualidade geral do Fundo. 

Por exemplo, o Fundo tem uma equipe de gestão forte com uma longa história de sucesso? Lembre-se, rentabilidade passada não garante rentabilidade futura, mas é um bom indicador de qualidade. Os Fundos de maior sucesso criaram processos que não dependem necessariamente de uma única pessoa para continuar funcionando sem problemas. No mundo da tecnologia, isso é semelhante ao conceito de redundância, em que a falha de uma parte não derrubará todo o sistema.

Algumas perguntas que você deve se atentar:

  • O Fundo normalmente ganha de seu benchmark?
  • O Fundo possui uma rentabilidade consistente ao decorrer dos anos?
  • O risco do Fundo é compatível com o retorno que ele oferece?

Essas perguntas contextualizarão o desempenho geral do fundo. Isso ajudará a saber o que esperar, caso você decida investir.

“Tô com pressa, resume como escolher um Fundo de Investimento, por favor?”

  • Reflita se vale mais a pena gastar seu tempo estudando investimentos; ou se é melhor dedicar seu tempo para dar um up na sua carreira e deixar que um gestor cuide do seu patrimônio;
  • Avalie seu objetivo de investimento (curto prazo ou longo prazo);
  • Descubra qual é o seu perfil de investidor;
  • Conheça a política de investimentos do Fundo;
  • Fuja de taxas altas, escolha aquele fundo que ofereça o melhor custo benefício;
  • Selecione benchmarks que se adequem à sua carteira;
  • Inclua o prazo de cotização na sua programação. Se você investiu em um Fundo D+30 (dias corridos) para fazer um passeio daqui a um ano, resgate com pelo menos um mês de antecedência;
  • Procure Fundos de Investimento que possuam uma aplicação mínima que você consiga arcar; 
  • Lembre-se que rentabilidade passada não garante rentabilidade futura, mas é um bom indicador de qualidade;
  • Veja se o Fundo é muito dependente de uma pessoa só, tudo bem para você se essa pessoa sair da gestão?
  • Saiba responder essas 3 perguntas:
    • O Fundo normalmente ganha de seu benchmark?
    • O Fundo possui uma rentabilidade consistente ao decorrer dos anos?
    • O risco do Fundo é compatível com o retorno que ele oferece?
  • Agora é só investir!

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