Tudo se resume às taxas de juros

Resumo Mensal – Junho

O Ibovespa encerrou o mês de junho com leve alta, de 0,46%, atingindo o patamar de 126.801 pontos e chegou a superar a marca dos 131 mil no decorrer do período. O dólar, no mês, caiu 3,81% frente ao real — para a alegria dos importadores —  e encerrou o mês cotado a R$ 4,97. 

Os ativos locais apresentaram performances positivas — impulsionadas por melhores perspectivas em relação à retomada da atividade econômica e pela entrada de investimentos estrangeiros na bolsa. No entanto, o mercado não estava esperando uma subida dos juros tão cedo no Brasil e nos Estados Unidos e com essa antecipação, os ativos de risco — como ações  — sofreram uma correção em seus valores.  

Em reunião, o Fed (“Federal Reserve”, equivalente ao Banco Central brasileiro) surpreendeu o mercado ao divulgar que diversos membros de seu comitê anteciparam suas projeções e acreditam em uma elevação das taxas de juros nos EUA mais rápido do que o esperado. Dos 18 integrantes, 13 projetam ao menos um aumento na taxa de juros até o final do ano de 2023, e 11 destes projetam dois aumentos no mesmo período. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no entanto, alegou que ainda não se iniciaram as discussões do Fed sobre as altas de juros, portanto, ainda não há nenhuma data determinada.

A reunião do Copom também trouxe novidades. A taxa Selic aumentou 0,75 p.p. (ponto percentual) e chegou a 4,25%. As autoridades adotaram um tom mais rígido, retirando de seu comunicado a menção a uma “normalização parcial” da taxa de juros e antecipando uma normalização para seu nível neutro. Na ata mais recente divulgada, o comitê afirmou ainda que foi discutida, em sua última reunião, a possibilidade de um aumento de 1% na taxa Selic.

No âmbito político, a CPI da Covid continua a produzir ruídos entre os investidores à medida que se acompanham suas consequências, enquanto a proposta de reforma tributária pelo governo brasileiro gerou uma correção de preços em muitas das ações que compõem o Ibovespa e em diversos fundos imobiliários. Por conseguinte, a possibilidade de um noticiário político em tom negativo no Brasil é um dos principais fatores de risco de investir no mercado brasileiro atualmente.

Agradecemos a leitura e até a próxima!

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